segunda-feira, 19 de abril de 2010

Palestra Herchcovitch

Rosa Chá por Alexandre Herchcovitch – Outono Inverno 2010





_____Criar para a Rosa chá uma marca que segue a linha beach wear sempre traz consigo um desafio; trabalhar com uma roupa diferente e especifica para um uso.
Esta foi a primeira coleção de inverno da marca, que hoje migra para um mercado mais amplo, onde as roupas a serem vendidas podem ter diversos usos.
_____A idéia desta coleção foi baseada em contrapor dois itens de pesquisa opostos, sendo que, ambos focam na análise do corpo. Lingerie e roupas de mergulho.
_____A cartela de cores foi escolhida seguindo o tema; pêssego, chocolate, off White remetiam as lingeries que quando as modelos vestiam as peças dessas cores passava uma idéia de nudez pois essas cores se camuflavam, difundiam na pele; já o vermelho, o coral, o verde, o azul, e o cinza claro remetiam ao mergulho.
_____O tema lingerie foi escolhido por ser a roupa mais próxima da moda praia onde o objetivo é cobrir e mostrar partes especificas do corpo.
Soutiens com decotes profundos, anáguas e calçolas com cintas liga ajudaram a desenhar a coleção.
_____Estampas de rendas com aplicações de cristais foram calculadas para serem aplicadas em lugares específicos, determinados durante a criação o que foi muito trabalhoso, pois cada peça tinha o seu próprio recorte.

_____Para o tema de mergulho da coleção a ser desenvolvido, necessitou muita pesquisa em empresas que fazem esse tipo de roupas para entender melhor a ergonomia, um traje que visa a proteção, com recortes que respeitam e acabam valorizando as formas do corpo. Esteve presente nas criações um zíper emborrachado impermeável, item necessário nas roupas para prática desse esporte.
As estampas nos tecidos retratam de forma abstrata a superfície do mar, multicolorida.

_____A alfaiataria apareceu neste desfile da Rosa Chá, apresentando vestidos, saias e paletós bem cortados, que tinham em comum os nós como enfeite, os nós foram copiados das amarrações que as mulheres usam nas cangas de praia.

_____As toucas usadas na natação, e algumas vezes no surf, foram reinventadas para o desfile como um acessório que completou o look, com uma aba curta ou mais comprida foi revestida com rendas.

Palestra Alexandre Herchcovitch

Desfile Primavera Verão 2010 – Inspiração e Processo criativo

_____The Seventh Seal (O Sétimo Selo) foi o foco de inspiração para o desfile outono inverno 2010 masculino de Alexandre Herchcovitch. O filme retrata um cavaleiro (Max Von Sydow) que após dez anos, retorna das Cruzadas e encontra o país devastado pela peste negra. Sua fé em Deus é sensivelmente abalada e enquanto reflete sobre o significado da vida, a Morte (Bengt Ekerot) surge à sua frente querendo levá-lo, pois chegou sua hora. Objetivando ganhar tempo, convida-a para um jogo de xadrez que decide se ele parte com a Morte ou não. Tudo depende da sua vitória no jogo e a Morte concorda com o desafio, já que não perde nunca.

_____Com esse enfoque o estilista declinou sua coleção, escolhendo a cartela de cores, variando entre tons densos e neutros. Algumas das cores escolhidas foram: azul marinho, cinza, vinho (quase pretos), verde, funghi, e caqui.
_____No filme aparecem figuras de xadrez que foram inseridas na coleção através de estampas, além disso, também foram aproveitadas as formas das roupas, já que o figurino do filme é bem simples e pouco variado.
Os ponchos fizeram o papel da capa da morte.
As roupas de elos de correntes usados para a proteção durante as brigas na época das cruzadas foram traduzidas como fios de metal adaptados nas roupas.
Os gorros usados com sobreposições aumentaram a silhueta, e transmitiram um ar introspectivo e misterioso.
_____Alexandre também incorporou telas de galinheiro em casacos e sobretudos, item que não tem nenhuma ligação com o tema, mas que enriqueceu a coleção.
_____A maquiagem comumente usada em clipes de rock e em fantasias de halloween completou o look nas passarelas.


Palestra Alexandre Herchcovitch

Desfile Primavera Verão 2010 – Inspiração e Processo criativo


_____O foco para a criação se direcionou aos uniformes usados nos esportes em equipe, com enfoque para o futebol americano.
O uniforme do futebol americano tem como objetivo principal a proteção contra agressões que ocorrem durante o jogo que recompensa a velocidade, agilidade, capacidade tática e força bruta dos jogadores que se empurram, bloqueiam e perseguem uns aos outros, tentando fazer avançar uma bola em território inimigo, com jogadores pesando 150kg ou mais a empurrar-se mutuamente com cada grama do seu peso durante uma hora de tempo de jogo, que se transforma em três ou quatro de tempo real.
Esses uniformes transformam a silhueta do corpo devido a uma carcaça de proteção.

_____A coleção foi composta por 250 itens, usando cores próximas a este universo que transmitiam vibração, ação, e também inspirados nas cores de times do futebol americano.
Algumas delas foram: azul, vermelho, magenta, verde, verde claro, amarelo, amarelo claro, rosa claro, e preto. Cores que variavam de tons mais neutros até os mais vibrantes.
_____O maior desafio consistiu em, através de um universo masculino e bruto, transformar em peças femininas.

_____O desenvolvimento da coleção contou com uma analise poética do tema escolhido, usando assim tecidos como seda, naylon tecnológico, além da difícil releitura de um uniforme para uma peça prêt-à-porter.
_____Como referência para o desenvolvimento foram estudadas camisetas da adidas dos anos 80 guardadas e conservadas em seu atelier, onde os recortes localizados na parte do ombro determinavam a modelagem e a estrutura da roupa, além disso Alexandre escolheu estampas geométricas que enriqueceram as peças, pois tinham a mesma linguagem dos recortes citados.
_____As roupas dos juízes apresentam uma estampa listrada que se destaca dentro do campo, se sobre sai no meio dos jogadores, o que gerou muita idéia para o desenvolvimento.
_____Os uniformes protegem o corpo dos jogadores principalmente em locais mais sensíveis, as calças costuradas a um legging que é vestido, evita que a calça fique solta, tencionando-a para baixo, essas peças renderam modelos de calças novas feitas de forros de jaquetas.
_____Estudos realizados durante anos foram feitos para adequar os uniformes as necessidades de cada esporte, um exemplo disso que se refletiu na coleção foram as camisetas de vôlei, que durante uma partida os esportistas costumavam arregaçar as mangas que já eram curtas e as apoiavam amassadas sobre o ombro, neste aspecto Herchcovitch adaptou mangas para o desfile com volumes que aparentavam terem sido puxadas para cima e presas, formando um movimento interessante no tecido e na silhueta da roupa.

_____As roupas apresentadas na coleção contavam com estruturas grandes e definidas, onde marcavam os ombros. Ao começo da coleção os maios usados abaixo da estrutura nos jogos, foram adaptados como bodys onde as rendas presentes causavam um contraponto para tornar a coleção mais interessante.
_____Os sapatos tiveram inspiração nos capacetes usados antigamente, que pesavam em torno de 3 kg e eram revestidos de couro por dentro e por fora. Já as bolsas foram pensadas na bola usada no esporte, onde tinha um baixo relevo para a mão ficar posicionada, detalhe simples e interessante que trouxe um toque delicado a peça.
_____O carro chefe do desfile foi a uma peça que pesava 30 kg, vestia como um ovo de páscoa (duas partes que se encaixam no meio) que começou a ser vestida na modelo 40minutos antes do desfile.

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Video do Desfile

Carla Carolina Parga

quinta-feira, 15 de abril de 2010

Mary Quant

Mary Quant ditava moda no vestir e no agir

Nascida em londres abriu sua loja Bazzar. Suas criaçoes coloridas, simples eram simbolo da moda jovem Britânica.
A mini foi a primeira peça de rua, criada por pessoas comuns, sendo considerada pelas brasileiras como peça fundamental de todo guarda roupa.
Em 1962 tornou popular a minissaia e criou meias calças coloridas, blusas caneladas calcas e saias saint-tropez e cintos usados nos quadris.
Maru Quant diminuiu o comprimento das saias, colocou cinturas para baixo, usou faixas horizontais e inserçoes triangulares de pregas na linha da bainha para permitir o moviemnto. Suas roupas eram divertidas, faceis de usar, rejeitando tudo que fosse engomado e formal; eram jovens que ela buscava enquanto consumidores.
Controvérsias a parte, tambem André Courreges criou mini vestidos e minissaias, dando a moda o aspecto de dinamismo e modernidade.
Mary Quant abriu caminho para estilistas jovens como: Ossie Clark, Jean Muir, Sally Tuffin, e Marion Foale, Barbara Hulanicki e Zandra Rhodes.
Na america: Bill Blass, Geoffrey Beene, Anne Klein, Bonie Cashin e Oscar de la Renta
Produziram tanto os modelos mais tradicionais quanto aqueles para jovens.
A maioria deles tinha seu próprio estilo, variando so ultrapsicodelico ou geométrico até o retrô da dêcada de 40, o romântico, o oriental e a art deco da década de 60. Seus tecidos apresentavam a mesma variedade. Além de todas as fibras naturais, as sintéticas eram populares no mercado: eram faceis de cuidar, praticamente dispensando o ferro de passar. Os menos convencionais eram os tecidos de papel, supostamente laváveis, mlinex – metalico craquelê, discos plasticos e metalicos unidos por argolas de metal, plasticos transparentes, couro brilhante e pele de carneiro bordada.

Sua coleção de roupas de PVC foi um sucesso de vendas, tops de crochê sem mangas, até a cintura. Mary Quant criou roupas intimas até coleçoes para cadeias de lojas, dedicou-se a criar malhas para a industria japonesa. Um dos grandes segredos de suas roupas era nao fazer distinçoes de classe e de idade; ela ficou só no dominio do pret-a-porter; divulgou a minissaia da inglaterra para o mundo(1965).
Em 1966, a rainha elizabeth II a condecorou com a Ordem do Império Britânico, premio que ela recebeu vestindo mais uma de suas criaçoes.

Resumo – Mary Quant e a Minissaia

Bibliografia:
A moda nos anos 60/70 (comportamento, aparencia e estilo) – Renata Pitombo Cidreira
Mary Quant – Por: Alicia Assine
A roupa e a Moda – Por: James Oliver
História da moda – Anos 60
Carla Carolina Parga

Alta Costura e cinema

O papel da estrela no roteiro da moda


Alta costura e cinema surgiram na segunda metade do século XIX, retratando costumes e, além disso, estilos de vida das populações ao longo do tempo. Ambos tiveram seu auge nas décadas de 1920 e 1930; uma retração durante a segunda guerra mundial, que prejudicou mais a alta costura; e um ultimo fôlego nos anos 1950 depois de um declinio uma fase de restauração.

As atrizes usavam roupas da alta-costura para enfatizar seu glamour. Os criadores por sua vez atingiam uma clientela numerosa e internacional, principalmente americana. O nome do costureiro sobrepõe-se ao do figurinista, contribuindo para a imagem de glamour nos filmes de Hollywood.
Nas primeiras décadas do século XX o cinema era um entreterimento barato e sem pretensões culturais atingindo assim a camada mais pobre da população.
O processo de “fabricação” de estrelas inventado por Hollywood, o Star System, colocou atrizes em posição de ícones de moda e beleza, não somente através de suas personagens nos filmes, mas principalmente pelas fotografias em revistas, cartazes, programas de radio e, mais tarde, nos anos 1930, chegando mais perto do público e despertando maior identificação com a audiencia.
Uma mudança é exigida aos estudios devido ao numero de espectadores que começa a cair o que resultou novos modelos de produção. Periodo chamado de crepúsculo do star system pelo sociologo Edgar Morin.
As mudanças economicas e sociais ocorreram nos EUA após a Segunda Guerra Mundial, com foco na postura das mulheres em relação ao trabalho externo e ao consumo, além do surgimento dos jovens como grupo social independente. Novos parâmetros foram discutidos através da atriz Audrey Hepburn e de seus filme, por representarem a imagem de uma nova feminilidade que começa a se esboçar na década de 1950. Audrey vestia Givenchy em todas as ocasiões públicas ou nos lançamentos dos filmes e posou como modelo para fotos de inúmeras coleções, beneficiando-se da nova estética proposta pelo estilista, em sintonia com a imagem de mulher moderna que ela representava. Ele, por sua vez, ganhou visibilidade internacional e uma clientela americana fiel graças à fama da atriz.
A partir de meados dos anos 1960 a alta-costura assim como o cinema começa a perder seu público. A presença dos jovens ganha importância e cria novas demandas de produtos de moda, e novos estilistas para supri-las. Londres surge como pólo de tendências, ofuscando a hegemonia de Paris.
Surge o Pret-a-porter, com roupas práticas e de boa qualidade, que atendem clientelas das classes alta e média. A moda de rua produzia espontaneamente agora para grupos sociais distintos e destina-se mais aos jovens.

As parcerias entre a moda e o cinema desde as primeiras décadas do século tiveram grande importância nos mecanismos de produção das casas de alta-costura e sua relação com as estrelas. As segmentações dos novos estilos de vida, que levaram a alta-costura perder seu público, e a televisão, que prejudicou a audiência cinematográfica, levaram as duas artes a sofrerem transformações e releituras para a sua sobrevivência.

Carla Carolina Parga

Analise de Relação

Expressionismo e Alexander McQueen

O Expressionismo -
No começo do século XX, na frança e na Alemanha, surge um grupo de pintores chamados Expressionistas na Alemanha e fauvistas na França. Curiosamente, o objetivo dos integrantes desse grupo era combater o impressionismo, tendencia da qual eles provinham.
O impressionismo consistia em uma corrente da pintura que valorizava a impressão, isto é, era uma arte sensorial e subjetiva quanto ao modo de captação da realidade. Na relação entre o artista impressionista e a realidade, o movimento vai do mundo exterior para o mundo interior, já no expressionismo ocorre o oposto. Essa liberdade da expressão assemelha-se à que os futuristas pregavam como seu lema “palavras em liberdade”.
Durante e depois da Primeira Guerra, o Expressionismo assumiu um caráter mais social e combativo, denunciando os horrores da guerra, as condiçoes de vida desumanas das populações carentes, etc.
Na pintura destacam-se, entre os artistas ligados ao Expressionismo, Kandinski, Paul Klee, Chagall e Eduard Murch.


Alexander McQueen
Alexander Mc Queen nasceu em Londres filho de uma motorista de taxi, começou a fazer vestidos para suas três irmãs, logo jovem ja tinha intenção de se tornanr um estilista famoso.
McQueen deixou a escola Rokeby onde estudou até os 16 e desembarcou em um aprendizado com os alfaiates de Savile Row Anderson & Sheppard, mais tarde trabalhou para Gieves & Hawkes e o figurinista famoso teatro Angels and Bermans.
Quando completou 20 anos de idade passou um tempo trabalhando para Koji Tatsuno após esse período viajou para Milão e trabalhou para Romeo Gigli.
Depois de trabalhar para muitas pessoas prestigiadas do mercado McQueen voltou para Londres e em 1994 solicitou trabalho como cortador de tecidos na Escola de Arte e Design Central Saint Martins.
Devido à força de sua carteira, ele foi convencido pelo chefe do curso de mestrado para se inscrever no curso como aluno. Ele recebeu seu mestrado em Design de Moda e famosa, sua coleção de formatura foi comprada na sua totalidade pelo influente estilista de moda Isabella Blow quando ele lançou posteriormente sua carreira de moda.
Alexander McQueen é conhecido pelo exageiro, e abundancia em seus desfiles não convencionais.
As sensações do artista exploradas facilmente nesta coleção dão vazão e se unem livremente para dar atenção à expressão, o movimento artistico Expressionismo parte da subjetividade do mundo interior em direção ao mundo exterior.
Em 2009 apresentou uma coleção para Outono/ Inverno com conjuntos que representavam sátiras dramáticas à algumas casas de Alta Costura.
McQueen também foi ao seu baú e voltou a reavivar as memórias dos seus desfiles em início de carreira.
É corajoso e imprudente o suficiente para apresentar uma coleção que é um autêntico desfile de esculturas quase impossiveis de vestir.
As critícas dividem-se em muito bom, sobretudo entre os mais jovens, que vêm neste show uma explosão de criatividade emocionante e espectacularmente fora do vulgar. Para outros não passa de uma imagem de bonecas com lábios exagerados vestidas de uma maneira dolorosa e excessivamente teatral.


Desfile Outono 2009 de McQueen e o Expressionismo
A predominância dos valores emocionais, e o jogo entre um profundo respeito e a subversão da tradição da alta costura reforçam a ideia de relaçao com o movimento de criação, outros aspectos tambem são frequentes como por exemplo a maneira que o artista conduz o olhar do observador(platéia) para a boca, com batons pretos e vermelhos representa a emoção expressada através de linhas fortes. As roupas apresentadas deformam as linhas da figura humana com o intuito de ressaltar sentimentos fortes.
A textura do tecido grosso e aspero, à preferencia pelo tragico e sombrio é projetada com objetos na passarela durante sua apresentação da coleção, mangueiras de máquina de lavar roupa, guarda-chuvas, abajures e muito mais, são transformados em objetos de beleza, no meio da passarela uma pilha de entulho - tudo em sacos de lixo e as peças de carros esmagados quebrados carrinhos de feiras e cadeiras. Suas modelos posam com saltos altos que as deixam com um ar imponente/orgulhoso.

Video Do Desfile:


Bibliografia:
Livros:
Português: Linguagens – William Roberto Cereja e Thereza Cochar Magalhães

Sites:
http://www.style.com/fashionshows/
http://www.alexandermcqueen.com/

Carla Carolina Parga