quinta-feira, 15 de abril de 2010

Alta Costura e cinema

O papel da estrela no roteiro da moda


Alta costura e cinema surgiram na segunda metade do século XIX, retratando costumes e, além disso, estilos de vida das populações ao longo do tempo. Ambos tiveram seu auge nas décadas de 1920 e 1930; uma retração durante a segunda guerra mundial, que prejudicou mais a alta costura; e um ultimo fôlego nos anos 1950 depois de um declinio uma fase de restauração.

As atrizes usavam roupas da alta-costura para enfatizar seu glamour. Os criadores por sua vez atingiam uma clientela numerosa e internacional, principalmente americana. O nome do costureiro sobrepõe-se ao do figurinista, contribuindo para a imagem de glamour nos filmes de Hollywood.
Nas primeiras décadas do século XX o cinema era um entreterimento barato e sem pretensões culturais atingindo assim a camada mais pobre da população.
O processo de “fabricação” de estrelas inventado por Hollywood, o Star System, colocou atrizes em posição de ícones de moda e beleza, não somente através de suas personagens nos filmes, mas principalmente pelas fotografias em revistas, cartazes, programas de radio e, mais tarde, nos anos 1930, chegando mais perto do público e despertando maior identificação com a audiencia.
Uma mudança é exigida aos estudios devido ao numero de espectadores que começa a cair o que resultou novos modelos de produção. Periodo chamado de crepúsculo do star system pelo sociologo Edgar Morin.
As mudanças economicas e sociais ocorreram nos EUA após a Segunda Guerra Mundial, com foco na postura das mulheres em relação ao trabalho externo e ao consumo, além do surgimento dos jovens como grupo social independente. Novos parâmetros foram discutidos através da atriz Audrey Hepburn e de seus filme, por representarem a imagem de uma nova feminilidade que começa a se esboçar na década de 1950. Audrey vestia Givenchy em todas as ocasiões públicas ou nos lançamentos dos filmes e posou como modelo para fotos de inúmeras coleções, beneficiando-se da nova estética proposta pelo estilista, em sintonia com a imagem de mulher moderna que ela representava. Ele, por sua vez, ganhou visibilidade internacional e uma clientela americana fiel graças à fama da atriz.
A partir de meados dos anos 1960 a alta-costura assim como o cinema começa a perder seu público. A presença dos jovens ganha importância e cria novas demandas de produtos de moda, e novos estilistas para supri-las. Londres surge como pólo de tendências, ofuscando a hegemonia de Paris.
Surge o Pret-a-porter, com roupas práticas e de boa qualidade, que atendem clientelas das classes alta e média. A moda de rua produzia espontaneamente agora para grupos sociais distintos e destina-se mais aos jovens.

As parcerias entre a moda e o cinema desde as primeiras décadas do século tiveram grande importância nos mecanismos de produção das casas de alta-costura e sua relação com as estrelas. As segmentações dos novos estilos de vida, que levaram a alta-costura perder seu público, e a televisão, que prejudicou a audiência cinematográfica, levaram as duas artes a sofrerem transformações e releituras para a sua sobrevivência.

Carla Carolina Parga

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